O veículo começou a ser testado em Hällered, a imensa instalação da Volvo localizada na região das florestas do Oeste da Suécia, especialmente criada para este tipo de provas. “E também foi posto à prova em testes de campo conduzidos em diferentes regiões do Brasil, em parcerias com transportadores brasileiros dos segmentos de cana de açúcar, mineração e construção”, Marco Silva, gerente do projeto do FMX no Brasil.
Segundo Sérgio Gomes, gerente de planejamento estratégico da Volvo do Brasil, os testes dos diferentes componentes e sistemas e de veículos completos são realizados seguindo um programa padronizado. “O objetivo é obter os melhores resultados possíveis”, diz o executivo.
Na fase inicial, os testes são realizados de forma virtual em um computador. Em seguida, são efetuadas avaliaçõe em laboratório. Uma vez que o novo veículo atinja um momento em seu desenvolvimento que seja possível construir um protótipo completo, é chegada a hora de submetê-lo a duras provas físicas na pista de Hällered.
O campo de testes de Hällered, um dos maiores e mais completos da Europa, foi inaugurado em 1972 e, desde então, vem sendo continuamente ampliado. A instalação de 700 hectares é cercada por 12 quilômetros de cercas para impedir a entrada de animais selvagens provenientes das florestas adjacentes. Correndo imediatamente por dentro da cerca está a pista oval de alta velocidade, com 6,2 quilômetros de comprimento, a mais longa das 15 pistas do local. Há ainda outra que reproduz as diferentes situações encontradas nas mais diversas aplicações de transporte.
Testes 24 horas por dia
As pistas de Hällered são usadas para testar caminhões em regime de 24 horas. Foi nelas que o FMX foi posto à prova 24 horas por dia, durante meses, com o objetivo de assegurar o cumprimento das altas e rigorosas exigências de qualidade da Volvo.
“Nós realizamos os testes de confiabilidade e os de ciclo de vida em alta velocidade, algo que no nosso jargão é conhecido como AET ou Accelerated Endurance Test (Teste de Resistência Acelerado)”, explica Patrik Lessmark, gerente de projeto para veículos completos do projeto de FMX.
Nos testes de ciclo de vida, os caminhões são dirigidos 24 horas por dia durante seis a oito meses. Uma equipe de pilotos se reveza na direção, submetendo os veículos a cerca de dez testes extremamente rigorosos, vez após vez, durante todo o período. “O objetivo dos testes de ciclo de vida é avaliar como o caminhão é afetado pelo desgaste total que pode se acumular ao longo da vida útil esperada”, diz Lessmark.
Confiabilidade
Já nos testes de confiabilidade os veículos circulam sem parar durante 16 semanas, conforme a sequência de um regime de avaliações que corresponde a um ano de operação sob condições normais. “Neste caso avaliamos como o caminhão funcionará diariamente nas mãos de nossos clientes”, afirma Bengt Johannesson, especialista da Volvo em ciclo de vida completo.
No total, são avaliadas 32 propriedades diferentes do caminhão, divididas em cinco categorias principais: qualidade, segurança, meio ambiente, economia de combustível e eficiência do transporte. Cada uma destas particularidades tem um especialista diferente, cujo trabalho é medir e avaliar os resultados de cada teste individualmente.
Já os testes de um caminhão vocacional, como o FMX, são conduzidos de forma ainda mais rigorosa daqueles empregados nos caminhões rodoviários de longa distância, por exemplo, que passam a maior parte da sua vida útil em regime de cruzeiro em asfalto liso. O FMX passou por um extenso programa, no qual foi exposto a grandes quantidades de poeira, cascalho, lama, barro e água, bem como muito tempo de rodagem transportando carga completa de um 6x4. Ele rodou na pista de teste de Hällered especial para equipamentos de construção, que submete a estrutura do caminhão e seu sistema de suspensão a uma elevada tensão e esforço.
Supera as expectativas
“O FMX superou nossas expectativas em vários quesitos. Os pilotos de testes gostaram especialmente do conforto do caminhão e sua fantástica dirigibilidade em superfícies ruins, o que se deve, pelo menos em parte, ao novo pacote de software para a transmissão I-Shift”, observa Lessmark. Este atributo será oferecido em breve no Brasil.
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