Pere Navarro Olivella e a experiência espanhola

Ao assumir a Dirección General de Tráfico (DGT) em 2004, o espanhol Pere Navarro aceitava um grande desafio: reduzir o número de vítimas fatais e feridos graves no trânsito do seu país, considerado muito alto e fora dos padrões europeus.

Quando Navarro assumiu a DGT, órgão máximo de tráfego do governo da Espanha, o índice de mortalidade por acidentes de trânsito era alarmante: 3.993 mortes apenas no ano de 2003. Países como Suécia, Holanda e Inglaterra mostravam resultados abaixo da metade dos números espanhóis.

Na tentativa de frear a acidentalidade, a União Européia havia estabelecido uma meta de redução de 50% no número de mortes no trânsito no período 2001-2010. Em apenas sete anos, de 2004 a 2010, a Espanha conseguiu reduzir o índice de fatalidades em 57%, chegando a 2010 com o menor registro de mortes no trânsito desde 1963, quando a frota espanhola era de um milhão de veículos – hoje são 31 milhões – e havia apenas dois milhões de motoristas – hoje há 26 milhões.

 Estudos demonstraram que os acidentes com vítimas fatais poderiam ter chegado a 10 mil, no período de 2001 a 2010, caso a tendência ascendente do início da década não tivesse sido rompida.

Uma série de mudanças estruturais no sistema trânsito e a implantação de programas voltados a reorientar o comportamento dos motoristas foram os responsáveis por essa redução. Uma das medidas relevantes para a alteração no quadro do tráfego espanhol foi a operacionalização do sistema de pontuação na carteira de habilitação dos motoristas, de acordo com o número de infrações cometidas. Outra ação importante foi o uso sistemático de campanhas publicitárias com a participação de personalidades como o piloto Fernando Alonso, que contribuíram para a mudança de comportamento dos motoristas espanhóis.

Para Navarro, os efeitos só se produzem quando os motoristas passam a acreditar na necessidade das mudanças. “Se as coisas forem bem explicadas, se houver um discurso coerente, razoável e compreensível e medidas que dêem credibilidade ao discurso, o cidadão responde, a sociedade te acompanha. Podem-se fazer grandes coisas facilitando a tomada de decisão”, avalia.

Outras ações que merecem destaque na campanha do governo espanhol contra as fatalidades no trânsito foram a imposição de limite máximo de 30 quilômetros por hora em áreas residenciais – a esta velocidade o corpo humano consegue resistir ao choque com um automóvel – e a intensa utilização dos meios de comunicação e abertura de novos canais de diálogo com a população.

Perfil: Pere Navarro Olivella

• Engenheiro industrial pela Escola Técnica Superior de Engenheiros Industriais de Barcelona;
• Em 1999 passou a ocupar o posto de Diretor do Serviço de Transportes e Circulação da região de Barcelona, encarregado da Mobilidade, Transportes e Circulação;
• Tornou-se responsável pela política de segurança no trânsito de Barcelona sendo assim escolhido para assumir a Dirección General de Tráfico da Espanha, órgão máximo do setor, ligado ao Ministério do Interior;
• Foi membro do Comitê Executivo da Associação Européia de Cidades pela Mobilidade.


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