“Senhores do Vento” mostra a saga do Brasil 1 na Volvo Ocean Race 2005-2006

Documentário sobre a emocionante participação do barco Brasil 1 na regata Volvo Ocean Race terá uma sessão para convidados às 19 horas do dia 1º de abril, quarta-feira próxima, no Cine Glória, no Rio de Janeiro.
O lançamento em circuito nacional será dia 24 de abril. O filme é dirigido pela cineasta Isabella Nicolas e patrocinado pela Volvo do Brasil e pela Vivo.

A data de estréia foi escolhida para coincidir com a chegada ao Brasil dos sete barcos que participam da atual edição da Volvo Ocean Race (VOR), a maior competição náutica do mundo. Considerada o “Everest dos Mares”, tal o grau de dificuldade do empreendimento, a última edição da VOR realizada em 2005-2006 teve pela primeira vez a participação de um veleiro brasileiro, que foi comandado pelo campeão olímpico Torben Grael e por uma tripulação multinacional, terminando numa honrosa terceira colocação e com um lugar no pódio. A regata reúne os mais experientes velejadores oceânicos do mundo, numa competição que passa pelos lugares mais remotos de diferentes mares.

A documentarista seguiu o barco brasileiro pelos nove portos da competição, colhendo depoimentos e imagens em terra. Juntando seu material ao que foi captado pelos tripulantes no interior do barco em mar aberto, Isabella produziu um filme de 90 minutos que retrata o dia-a-dia dos tripulantes.

Embora o idioma predominante tenha sido o português, falavam-se três línguas no veleiro Brasil 1: inglês, espanhol e português. Nas horas mais importantes, o idioma reinante foi o inglês, para ninguém ter dúvidas do que era necessário fazer.

Bom humor

Apesar da natureza já difícil desta competição, o documentário revela que tudo foi vivido com humor na grande viagem pelos oceanos: o temperamento irritável de Torben Grael, a alimentação restritiva, os rigores do frio nos mares do sul e do calor extremo nos trópicos, as dificuldades provocadas pela falta de espaço no barco e os problemas que a embarcação sofreu durante a longa jornada - tudo foi encarado com disposição positiva.

A tripulação multinacional, formada em sua maioria por brasileiros, conduziu um moderníssimo veleiro dotado de uma original quilha basculante e com um mastro de 32 metros. O barco, que não decepcionou os velejadores em nenhum momento, teve poucos problemas durante a regata, mas um deles foi crucial: a quebra do mastro, que teve de ser trocado na Austrália.

O filme deixa claro que esta complicada situação, decisiva na disputa, preocupou a todos, pois o mastro quebrou em mar aberto, a dois mil quilômetros de terra, colocando em sério risco a possibilidade de vitória. A tripulação teve de improvisar uma vela, uma vez que tinha combustível suficiente para mover o barco por apenas 300 quilômetros. A expertise do neo-zeolandês Stuart Wilson em conserto de velas e sua - legítima - fama em reparos impossíveis foi fundamental para levar a embarcação até o porto australiano.

Preparo técnico

Entre as curiosidades exibidas no longo-metragem está o rigoroso preparo a que teve de se submeter uma tripulação tão variada em termos de nacionalidade. Pelo menos 30% dos velejadores tiveram de se certificar em primeiros socorros, a aprender a aplicar injeções, fazer ressuscitação cardiorrespiratória e até o delicado procedimento de traqueotomia.